19 de Abril - Povo TUXÁ

19 de Abril, dia em que é comemorado o DIA DO ÍNDIO.

Venho compartilhar um pouco da vivência e história do povo Tuxá através da fala de minha amiga, colega de trabalho e estagiária de Psicologia Edilaíse Vieira, para nós nossa NITA TUXÁ.

Ereré meus amigos e parentes simpatizantes da causa indígena,
Hoje é dia 19 de abril, como tenho uma identidade etnica latente em meu Ser. 
Para mim, hoje é um dia de reflexão...
Assim, estava a pensar e re-pensar a cultura  do meu povo Tuxá, então quis dividir com vocês os meus pensamentos e sentimentos, para que entendam quem sou, de onde vim e o que anseio nesse meu caminhar, no qual, por  luz de Tupã posso contar com cada um de vocês.


NUANÇAS DE UMA IDENTIDADE

Eles não são os primeiros habitantes do Brasil
Mas certamente são heranças daqueles que foram...
Eles eram grandes cultivadores de arroz, feijão, macaxeira, batata.
Eles se fizeram filhos do Velho Chico.
As mulheres eram verdadeiras sereias,
Os homens, ágeis piabas.
E a única coisa que temia no rio, era o encantamento das águas.
Com João Gomes,
Com Francisco Rodelas e os seus colares de ossos,
Uma conquista existiu!
Os guerreiros de outrora fizeram os guerreiros de agora.
Tem como nomes importantes:
Vieira, Ormano, Bezinha e Barroso,
Esses são alguns dos tantos indígenas “terrosos”
Quanta luta!
Resistir a dois pólos:
Tradição X Urbanização.
...Por que não a junção?
Seu contexto precisou de um novo texto.
Houve mudanças para as gerações,
Tantas mudanças impostas e tantas transformações concedidas.
Influencias de costumes e valores do urbano,
As terras são inóspitas, ou melhor, até então, inexistentes.
Há uma força que tenta se opor ao movimento de uma linda comunidade.
Os peixes da tarrafa á atravessam,
Novas passagens...
Ocasionando uma variação cultural.
Contudo, as raízes são bem definidas, a cultura continua fortalecida.
A retransmissão permitiu as novas gerações,
Desde um sofisticado artesanato á uma formação acadêmica.
A aculturação que parecia de todo maligna,
Tornou-se benigna, pois tivemos benfeitorias,
Especialmente em nossa saúde e em nossa educação.
Estamos no agora...
Vivemos em uma realidade aparentemente “socializada”.
Portanto, nos fascinamos e fazemos usufruto do que é urbano.
Porém, o mais importante e o que mais nos encanta.
É o fato de podermos dizer que temos uma identidade
E que somos fruto de uma cultura exuberante e singela
Que resisti e sobrevive á tantos ataques.
Não plantamos arroz ou feijão como os “nossos” plantaram,
Porque nos negam um pedaço de terra.
Mas algo nós temos e isso ninguém pode nos tomar,
Que é o orgulho de sermos filhos da mãe natureza,
E a certeza de que temos um patrimônio a resguardar,
Que é a cultura do nosso povo Tuxá!

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