Anastasia quer aumentar Núcleos de Prevenção à Criminalidade




O governador Antonio Anastasia visitou, nesta quarta-feira (12), a nova sede do Núcleo de Prevenção à Criminalidade do bairro Palmital, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O núcleo funciona no bairro desde 2005 e abriga uma unidade do programa de controle de homicídios Fica Vivo! e outra do programa Mediação de Conflitos, responsáveis pela redução dos índices de criminalidade na região que, até o ano 2000, era considerada uma das áreas mais violentas da RMBH. Após a implantação do núcleo, de 2006 a 2010, houve uma redução de 58,5% nos crimes violentos e 53,1% dos homicídios na região do Palmital.

Antonio Anastasia adiantou que a determinação repassada à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) é para expandir os Núcleos de Prevenção à Criminalidade para as demais cidades da RMBH e também no interior do Estado. Atualmente, existem 38 núcleos no Estado, onde foram realizados 95 mil atendimentos jurídico-sociais extrajudiciais e casos de conflitos, por meio do programa Mediação de Conflitos e 64 mil atendimentos a jovens do Fica Vivo!. Também fazem parte dos núcleos os programas Central de Penas Alternativas e Reintegração Social do Egresso do Sistema Prisional.

“Queremos levar os núcleos para todas aquelas áreas que são mais delicadas na questão de segurança pública. Pelo menos ao longo dos próximos quatro anos, chegar a 100 unidades. Sabemos que o Fica Vivo! é um projeto muito aplaudido, então, temos de nos esforçar para que ele esteja presente em toda Minas”, destacou.

Fica Vivo!

 Acompanhado do secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada, da gestora social dos Núcleos de Prevenção à Criminalidade de Santa Luzia, Marice Ceres, e de representantes das forças de segurança do Estado, o governador destacou os resultados positivos gerados pelo Fica Vivo!, implementado em 2005.

“O programa Fica Vivo!, de prevenção à criminalidade e destinado a jovens em área de risco é, na realidade, muito exitoso. Existem estudos que foram feitos, inclusive, das Nações Unidas, que demonstram que esse tipo de programa é muito eficaz, relativamente de baixo custo e que apresenta efeitos positivos na queda de homicídios”, disse o governador.

Em todo o Estado, o Fica Vivo! é realizado em 27 dos 38 Núcleos de Prevenção à Criminalidade, sendo 11 em Belo Horizonte, e 16 em municípios da RMBH e do interior. O programa oferece 640 oficinas nas áreas de cultura, esporte e ensino profissionalizante, tendo feito 64 mil atendimentos a jovens de 12 a 24 anos, em situação de risco e residentes em áreas que concentram indicadores elevados de homicídios.

Durante a visita, o governador e o secretário Lafayette Andrada assistiram apresentação dos jovens das oficinas de dança de rua, taekwondo e grafitti, realizadas por jovens, entre 4 a 17 anos, que participam do Fica Vivo!.

A nova sede do Núcleo de Prevenção à Criminalidade do Palmital está instalada em uma casa onde funcionava a 69ª Cia da Polícia Militar e atende os setores 6 e 7 (Palmital A), Palmital B, Vila das Antenas, Nova Conquista, Nova Esperança e São Cosme.

Redução da Criminalidade

Localizado bem próximo à Linha Verde e à Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, o bairro Palmital tem recebido importantes investimentos do Estado na área de segurança pública nos últimos anos. Em fevereiro do ano passado, foram R$ 2,5 milhões para implantar a 56ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), um importante equipamento de controle à criminalidade que reúne a 69ª Companhia de Polícia Militar e a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Santa Luzia. No total, são 100 policiais que desenvolvem ações conjuntas de combate ao crime em oito bairros da região.

“Aqui no Palmital, no passado, tínhamos um quadro muito grave de violência. Felizmente, ao curso dos últimos anos, houve a reversão e o Núcleo Fica Vivo! participou disso e, agora, com essa expansão, vamos cada vez mais investir na segurança, apostando sempre na prevenção. Tão importante quanto à satisfação das pessoas em participarem deste núcleo de prevenção à violência, a favor da cultura e da paz, é exatamente a redução dos índices de violência do Palmital”, disse Anastasia.

Um futuro promissor

O núcleo Fica Vivo! do Palmital atende, mensalmente, cerca de 760 jovens em 34 oficinas de dança de rua, dança afro, percussão, futebol de campo, futsal, basquete, vôlei, handebol, taekwoondo, grafite, corte, manicure e informática, entre outras. Com a mudança para a nova casa, mais três oficinas serão implantadas em breve: mágica, capoeira e silk.

O artista plástico Davidson Luiz Nascimento, 30 anos, mais conhecido como Seres, trabalha com grafite há 14 anos e há cinco é oficineiro do Programa Fica Vivo!. Ele explica que o trabalho feito pelos oficineiros tem um enorme peso na vida dos jovens da comunidade, que, em atividades culturais, artísticas e esportivas, encontram o caminho longe das drogas.

“As atividades do núcleo apresentam uma nova oportunidade para os jovens e muitas vezes são o referencial positivo na vida de meninos e meninas, que, diariamente, convivem com o problema das drogas e da violência. Vejo os meninos que participam do programa como uma árvore capaz de sair andando distribuindo frutos para a cidade inteira”, ressalta Seres.

Se depender da vontade de muitos alunos do Núcleo de Prevenção à Criminalidade, em breve o Programa Fica Vivo! contará com muitos oficineiros. O estudante Diogo Pereira da Silva, de 14 anos, frequenta, há um ano, as aulas de grafite. Desde os 10 anos, Diogo participa das oficinas do núcleo e já aprendeu dança de rua e como fazer bijuterias. Ele pretende, no futuro, também ser um dos oficineiros do Fica Vivo!.

“Os professores dão muitos conselhos pra gente. Eles não ensinam só o grafite ou a dança de rua. Eles explicam várias coisas da vida que precisamos entender para termos um futuro bom. Quero, daqui uns anos, ser professor também”, disse Diogo.

A aposentada Clauides Gonçalves de Oliveira, tia do aluno de Taekwondo, Luiz Roberto, de 10 anos, destaca a importância do Fica Vivo! para a comunidade em que vive. “Estamos falando de um trabalho muito importante para as nossas crianças. O Luiz, por exemplo, é um menino muito aplicado e disciplinado devido a essas atividades que são feitas. Ainda temos muita violência no nosso meio, principalmente entre os jovens, e esse trabalho desenvolvido faz com que a gente enxergue um futuro melhor para as crianças de hoje, ao contrário daquelas que já perdemos para a violência”, explica.

Núcleo Palmital

No Núcleo Prevenção à Criminalidade do Palmital também são realizados, anualmente, média de 1.500 atendimentos por meio do programa Mediação de Conflitos, principalmente em demandas relacionadas à pensão alimentícia, separação e divórcio, questões psicológicas, previdência social (benefícios e contagem de contribuição), conflitos intrafamiliares e questões psiquiátricas. Desde que foi criado, já foram realizados cerca de sete mil atendimentos.

No Palmital, o programa também desenvolveu capacitação profissional a mulheres em serviços domésticos e fabricação de peças de vestuário, além de oficinas educativas com o objetivo de disseminar a cultura de paz na região. Atualmente, o programa Mediação de Conflitos acompanha demandas coletivas relacionadas à regularização fundiária, coleta de lixo, revitalização de espaços públicos, regularização judicial e documental de associações, envolvendo diretamente cerca de 290 pessoas.

Crédito foto: Osvaldo Afonso/Secom MG

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